Cartas de Valor

Olá, Investidor! Tudo bem? Bem‑vindo(a) à Cartas de Valor, a minha newsletter sobre finanças e investimentos que vai além do dinheiro, abordando família, propósito e legado.

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Você pode hesitar por medo. O mercado não hesita em deixá‑lo para trás.

O mito do “momento perfeito”

“Agora não é a hora.” Essa frase foi repetida em todas as décadas por quem perdeu os melhores ciclos. Esperar clareza total é desejar controle em um sistema construído sobre incerteza.

Investidor maduro sabe que conforto é inimigo da multiplicação — e que não investir por medo é aceitar perder aos poucos e em silêncio.

O mundo segue instável, como sempre foi.

Nenhum ciclo de alta começou em um cenário tranquilo:

• EUA: deficit histórico, polarização e tarifa de 3,5% sobre remessas. Ainda assim, os ativos mais líquidos, as empresas mais inovadoras e o dólar seguem lá.

• China: desaceleração, sim. Mas também o motor da indústria global.

• Europa: crise política, mas empresas resilientes e moeda forte.

• Brasil: fuga de capital, fiscal desequilibrado, real fraco.

O investidor lúcido não exige previsibilidade. Ele exige estrutura diante da imprevisibilidade.

O risco não está no mercado — está na mente

Não é a oscilação dos preços que destrói patrimônio, e sim a oscilação emocional do investidor. Loss aversion, viés da inércia e ilusão de timing travam decisões racionais.

“Mas tenho 40, 50, 60 anos…” E isso muda o quê? Aos 20, você planta; aos 40, estrutura; aos 60, protege. Importa menos a idade e mais o que você faz com ela.

O custo de ficar de fora é real e contínuo.

Exemplo ilustrativo:

R$ 100 mil no CDI desde 2013 ≈ R$ 220 mil.

Já aportes de US$ 1.000/mês em um índice amplo dos EUA, como o VOO, no mesmo período poderiam somar cerca de US$ 260 mil (≈ R$ 1,4 milhão).

O mercado sobe com ou sem você — a diferença está em quem colhe os frutos.

Portfólio antifrágil: três pilares

Diversificação internacional, aportes disciplinados e clareza de propósito. Não é sobre acertar tudo, e sim permanecer exposto ao que importa.

O que aprendi nos céus trago para os investimentos: como comandante de jatos, não havia espaço para hesitação. Cada decisão contava. No patrimônio, a lógica é a mesma — comando, clareza e método sob pressão.

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Comandando escolhas, com os pés no chão e o olhar no longo prazo.

Victor Giorgi

Fundador da VGI+ Investimentos Inteligentes

Especialista em Risco Global (Yale)